Páginas

terça-feira, outubro 11

Permita-se


   É, realmente foi assim que aconteceu. Depois de um certo tempo deixando minhas vontades serem guiadas pelos processos da rotina de uma garota não tão normal ou maluca quanto se parece, foi que percebi não a profundeza desse vazio dentro de mim, mas a intensidade que ele reproduzia quando cegava-me fazendo com que passasse despercebida qualquer oportunidade que a vida me oferecera.
   Não. Eu não me conheci melhor, afinal, isso não foi um daqueles testes de auto-ajuda gravados para sempre na mente como uma espécie de ensino e aprendizado para nunca se esquecer ou errar outra vez. Não foi isso. Como sei e muitos disseram que a solidão é necessária. É preciso passar um momento só, uma fase triste, para enfim conhecer definitivamente a felicidade completa.
   Mas, para isso é preciso se permitir, assim como permito que uma lágrima escorra na minha face contradizendo o meu sofrimento seco, mas que se afoga e se liberta ao mesmo tempo. Também devo permitir  sair por aí sem saber que horas são e aonde vou, porque quando não se conhece o caminho as dores não são as mesmas dores, os sorrisos não são os mesmos sorrisos, as alegrias somam com outras alegrias e na mente não corrói o que não é certo. Porque não é erro e se for, é como se eu nunca estivesse errado.
   Anyway, não pude ter certeza de nada, mas sinto-me um pouco melhor ao confundir minha cabeça com esses assuntos de superação. Faz parte escrever sobre: "pós-dor, pós-tristeza, pós-pedirmeunamorado, pós-sofrimento, pós-dramática, pós-prasempre".
   Receio que seja até um certo incômodo a mim mesma ao finalizar esse texto a dizer que "Passa, como qualquer outra dor" e ousada ao acrescentar "Volta viu, não é a última vez". São momentos, fases incompletas.

Evelyn Dias

13 comentários:

  1. Sempre volta... Do mesmo jeito que sempre passa.

    ResponderExcluir
  2. Bastar-se e depois preencher.
    O que foi aquele presente, hein?
    Tu és uma querida.
    Um beijo imenso no teu coração.
    Te adoro, viu?

    ResponderExcluir
  3. Tem coisas na vida que só vamos aprender vivenciando...a dor fica para sempre pode parecer que passou mas ela tem um lugar para ficar guardada, beijo Lisette.

    ResponderExcluir
  4. Não caímos uma única vez. E o tombo anterior pode até nos preparar, mas isso não significa ausência de dor. Não caminhamos em retas e não conseguimos fugir de todos os percalços. O consolo é que as feridas cicatrizam.
    Bjs.

    ResponderExcluir
  5. Tentamos enganar as dores, mas é como Lisette mencionou, a dor fica apenas guardada em algum lugar quando sofremos algum "pós-trauma" seja do que for.

    ResponderExcluir
  6. Nossa! Palavras lindas, de certo modo. A solidão é precisa para organizar ideias em momentos tão nossos. Confundir a cabeça deve ser tão gratificante para quem sofre do coração.

    ResponderExcluir
  7. Own *_* Que lindo, quanta verdade. Vc escreve tão bem, de alma e coração aberto. Está de parabéns, é muito talentosa! Mto obrigada pelo carinho e apoio. saiba que és muito bem vinda. Volte sempre viu?! Grandes beijos

    ResponderExcluir
  8. Uma das coisas que faço melhor é me permitir porque tenho uma sede imensa de me conhecer mais e melhor e essa é a forma mais eficaz.

    Gostei muito do texto, querida, sempre gosto do que leio aqui.

    Um beijo e feliz Dia das Crianças.

    ;)

    ResponderExcluir
  9. Quando termina é sempre isso:
    uma fase.
    Melhor se permitir durante.

    ResponderExcluir
  10. Pode até ser ousado,mas ainda prefiro o "Volta viu,Não é a ultima vez"
    Texto perfeito...
    bjos flor

    ResponderExcluir
  11. quando a gente se permite, a gente se basta!

    adoro!
    beijos

    ResponderExcluir