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sábado, outubro 30

The End


- O que? Então é assim? Você vai terminar tudo sem nenhum motivo.
- O problema não é você, sou eu.
- Quer saber? Que se dane. Vá embora daqui.
Ela abriu a porta fazendo um sinal para que ele saísse. Ele parou do lado de fora da casa e tentou dizer algo, mas ela não quis ouvir e fechou a porta na cara dele, literalmente.
Então era tudo verdade o que diziam, que ele a traia. Que boba. Sempre foi uma boba, por acreditar nas mentiras dele. Tantas batalhas que travou para estar ao dele, enquanto ele a retribuía dessa maneira. Encostou as costas na porta e deslizou para o chão. As lágrimas percorriam seu rosto rapidamente, algo apertava em seu peito, era como se uma mão de ferro apertasse seu coração. Levantou, foi para o quarto e se jogou na cama. Abraçou o travesseiro e tentou dormir, mas foi em vão. Ela tinha que dormir, tinha que fazer algo para que aquela dor tão forte desaparecesse. Levantou-se e foi ao banheiro da mãe no outro quarto. Abriu o armário, revirou os frascos de medicamentos controlados que a mãe tomava. Escolheu um e colocou sobre a pia. Olhou-se no espelho. Seus olhos estavam vermelhos e inchados, seus cabelos bagunçados, seu rosto molhado pelas lágrimas.
Quem era aquela? Nunca se viu nesse estado? Por que ficou assim por ele? O que ele tinha de especial? Nada!
Ficou como se naquele momento tudo que sentia por ele tivesse acabado. Que burrice ela estava prestes a fazer por um simples homem, que nem sequer pensava nela nesse momento. Sorriu para seu reflexo no espelho. Guardou o frasco de calmantes.
No dia seguinte acordou alegre. Tomou um banho demorado, arrumou-se minuciosamente e ligou para a amiga aceitando o convite para o passeio. Não seria um simples homem que acabaria com sua vida.




Géssica Ferreira

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