Tenho andado
distante, talvez até longe de mim mesma. É inexplicável, embora indiscutível,
pois procuro conversar para encontrar respostas.
Se fico calada
e meus olhos não conseguem transmitir o que se passa dentro de mim, é inútil
qualquer passagem que compras. Qualquer viagem pode aumentar a distância. Confesso
que antes de bagunçar a sua mente com expectativas e devaneios próprios das
minhas palavras, queria me entender e caso fosse uma necessidade escolheria o
desabafo. Porém, sinto o que não queria sentir e procuro uma saída sem que eu tenha
que conhecer esse problema. Senti-lo já é dilacerante, aprofundar-me seria
perigoso.
Você deve está
se perguntando nesse momento, o que então você pode fazer, o porquê de ser você
e se isso realmente te afetaria o juízo. Creio que com a mente agitada que
possui, foste o destinatário ideal para mostrar-me a cura ou o esquecimento. Perdoa-me,
embora seu e-mail fosse o único contato que me resta. Mas, não me culpe por
isso, venho porque preciso da sua ajuda, não suportaria mais acusações.
Há pouco tempo
acreditava que a perfeição existia, mas os fatos nos surpreendem e nem tudo é
como queremos. Não pedi para está aqui, isso tampouco é uma escolha, se fosse,
não queria passar por isso.
Sinto como se
o mundo desabasse em minha cabeça, a dor, o peso, as lágrimas, tudo é real, mas,
seria impossível que isso viesse a se repetir. Sim, o mundo já caiu várias
vezes, ultimamente tenho desviado, talvez pelo falso destino, pisei em uma base
falsa. A verdade é que me sinto sem chão.
Por favor, não
me deixe. Preciso que fique até o fim, mesmo que este já tenha começado. Não
tardo, caso me ajude, sinto que posso voltar. É esse sentido que ainda me move,
mantenho minhas forças na esperança que contém em você, a minha já não existe
ou eu nunca precisei dela.
Como já sabe,
não gosto de surpresas e essa tem sido a pior. Por não ter sido a única, não
devo odiá-la tanto, mas detesto ter que vivê-la. Os prantos já são muitos, mas
eu tentei ocupar-me com outras coisas e ocultar esse sofrimento. Sou
insuficientemente forte para conter as lágrimas que, ao escorrerem em minha
face, lembro-me do enfeite que dariam numa moldura a qual faria caneta. Mas, isso não é uma carta.
Cartas, já o
enviei muitas. Lindas inclusive. Mas, por um acaso qualquer ou uma premissa
repentina, escrevo-te desesperadamente a fim de que controle essas sensações
infames que insistem em me maltratar. A dor já passa das 20:59h, e como ainda
são nove, suponho que passaria a madrugada em claro, apesar do escuro que me
preencheria. Não chamaria de sofrimento, porque é sempre e não um instante e já
estou sem controle. Desliga-me ou troca-me até que o defeito seja concertado e
isso tenha sido apenas um mau contato ou desentendimento.
Não fazer nada
é quase um martírio e a indecisão é um poço sem fundo. Peço-lhe que venha o
quanto antes, não se faz necessária uma resposta, basta as que procuro. Não se
perca, só você sabe como me livrar desse sofrimento. Não demore enquanto o
espero. Se der, more. Eu o acolho. Do contrário, tentarei a sorte.
Evelyn Dias
"Não demore enquanto o espero. se der, more. eu o acolho" *O*, gostei tantooo !
ResponderExcluirPerfeito como uma música da Lana Del Rey. Dor nenhuma é perfeita, eu entendo, mas esse texto... Sim.
ResponderExcluirQue lindo tudo por aqui, se puder dar uma passada no meu blog http://confissoes-julianal.blogspot.com.br
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